Os blocos de reggae têm dificuldades de fechar suas contas. Entre o que planejam para o Carnaval e o que conseguem arrecadar há uma longa distância. O Banana Reggae, primeiro bloco do bairro de Pernambués, fundado em janeiro de 1995, tinha um projeto audacioso para os três dias de desfile nos circuitos do Pelourinho, Campo Grande e Barra.
Pretendia apresentar atrações como Tribo de Jah, Édson Gomes e Diamba. Os três custariam R$ 90 mil – preço abaixo do cachê habitual, segundo o presidente da entidade Milton Souza dos Santos.
O Banana também tinha a intenção de distribuir 3 mil abadás, gratuitamente, para a comunidade do bairro (custo de R$ 18 mil), que brincariam entre cordas e cordeiros ( despesa de R$ 7 mil), ao som de um trio elétrico razoável (aluguel de R$ 15 mil por dia). Somando esses gastos, com taxas e outras despesas, o Carnaval custaria R$ 220 mil.
No entanto, por falta de patrocínio – o bloco só obteve R$ 35 mil do Programa Ouro Negro, do governo estadual -, Milton recuou. Desistiu de desfilar no Pelô, encomendou um terço dos abadas previstos e desistiu dos principais nomes do reggae, mantendo apenas a os tradicionais cantores do Banana, Tomé Viana e Banda Raga, além dos convidados como Dianorina e João Guito.
Mesmo com planos menos ousados, Milton está correndo atrás de patrocinadores.
- Temos muitas dificuldades. Esse ano, a Sucom queria cobrar de nós uma série de taxas, mas batemos pé firme e eles desistiram das taxas que queriam inventar para os blocos de utilidade pública, sem fins lucrativos. Quanto aos patrocinadores, eles têm uma visão deturpada. Só pensam em investir em Ivete, Chiclete, Claudia Leitte. Não têm preocupação com as comunidades, onde seus produtos são consumidos – diz, revoltado.
Vade retro, mulambada*
Há 9 anos
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