quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Compositor finca bandeira do samba em reduto do axé

O cantor, compositor e produtor cultural Alaor Macedo fechou interessante parceria com a cervejaria que patrocina o carnaval de Salvador. Ele transformará o entorno do prédio onde mora, no Farol da Barra, na "Esquina do Samba". Detalhe, Alaor, que é marceneiro e fará as bancadas das barracas para diminuir os custos, aprendeu a manejar o AutoCAD para fazer o projeto.

Nela, serão instaladas barracas nas cores das antigas escolas de samba de Salvador, desativadas desde o início dos anos 70. O point servirá de encontro para sambistas e foliões. As barracas venderão bebidas e alimentos e o que for arrecadado será revertido para as comunidades das antigas escolas Juventude do Garcia, Diplomatas de Amaralina, Bafo da Onça, Filhos do Tororó, Unidos do Politeama, Ritmistas do Samba, etc.

Alaor é um personagem interessante: foi compositor da Diplomatas de Amaralina (BA), Alegria de Copacabana e Salgueiro (RJ) - onde ganhou três vezes a disputa do samba enredo. Também criou uma escola de samba, em Washington (EUA), a Big Family.

Ao voltar para Bahia, em 2006, viu que não havia mais resquícios das velhas agremiações e começou a batalhar para que o desfile tradicional voltasse a ser feito. O primeiro passo foi cirar sua própria escola, a Lira Imperial do Samba, a laranja e verde do bairro de Nazaré. Seu sonho é ajudar as outras agremiações a se recuperar para que elas possam voltar a desfilar num "sambódromo" a ser criado na região do Comércio.

Com muita paciência, ele tem se organizado e está dando esperança para muitos componentes da velha guarda do samba baiano. Agora mesmo, com esse projeto, fincou sua bandeira no reduto dominado pela indústria dos trios elétricos.

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